sexta-feira, 31 de julho de 2009

Definição


Pedi a ele uma Definição. Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem.
Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração.
Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei.
Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões.
Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só, do que ficar a mercê de visitas adiadas e encontros transferidos.
No plano Real: _ Que história é essa? No que depende de mim, estou disposto e aberto.
Perguntei a ele como se sentia. Que me dissesse. Que eu tomaria o silêncio como um não e ficaria também em silêncio. Acho que fiz bem!

C.F.A

sábado, 25 de julho de 2009

Castigo Que Me Fez Morrer

No labirinto da festa
Deslocada entre os vultos que passavam
Sozinha, abatida e tímida
Sentindo uma agonia tão forte
Forte que chegava a ser angústia
Encontrou-me e sutilmente, me pegou pela mão
Olhando nos meus olhos, me abraçou
Dançou comigo durante todo o ritual
Com eloquência, discrição e armadura
Protegeu-me como seu angélico antecessor não o fizera
Foram tão poucas palavras, tão heróicas atitudes
Flutuei sem sair do chão, bailando entre os acordes invisíveis
A noite caiu sedenta ao perigo da escuridão
E sabendo que o sonho havia acabado... Suspirei
Enganada, me despedi sem necessidade
O abandono estava estampado no meu rosto
Ao notar a sua ausência a cada passo
Nos afastamos sem prazo para um possível retorno
Triste, andei em volta das folhas que caíam
E ao dar as costas, vi entre os fios do teu disfarce
Asas em fragmentos flamejantes
E foi assim que conheci a fisionomia do meu amante
Aquele que me fez feliz, para depois me fazer sofrer
Acrescentar seja o que for, é criminoso
Ainda não entendo a culpa desse castigo
Castigo sem motivo que me fez morrer.

Chove Saudade


Não faz tanto tempo que não te vejo
Mas parece que faz anos a fio
O clima não ajuda a aquecer as minhas horas
E a incerteza de que será para sempre me choca!
Falo tanto de tempo, para não falar muito de amor
Porque na verdade é o que eu quero...
O orgulho me impede ou me protege, nem sei mais
Lá fora a vidraça está molhada
Escorre água no meu rosto, escorre lágrimas do céu
Encontro-me em uma nostalgia incessante
Olho e vejo do lado de fora o tempo, do lado de dentro a memória
Chove pingos da minha alma, chove gotas de saudade.

Sonho Feito Palavra

Quando não sei expressar o que sinto, escrevo...
E ao ler o que escrevi, fico lúcida diante dos fatos
Então entendo que as coisas que eu digo sem dizer
São mais do que sensações, prazerosas ou dolorosas
Não importa... O que resulta tudo isso?
Saber que a vida não faz sentido
E que a poesia é um sonho
Sonho feito palavra.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Coração de Brinquedo

Ela está perdida no corredor da alma
Procurando uma saída de emergência
Olhando as linhas horizontais
Não vê o céu aberto, sem paciência
Com olhos cheios d'água
Suplica com urgência
O sol nasce no decorrer da hora
Não sabe o que fazer
Ela chora!

Assisto ao espetáculo calada
Não posso fazer nada
Suspiro com a mesma força de um asfixiado
O que perdi não pode ser recuperado
Eu sou a razão que olha para Ele e diz:

_ Deixe meu coração... Não é brinquedo!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Imperfeito... Feito Pra Mim


Seria tão bom sair por aquela porta e conhecer alguém sem precisar procurar no meio da multidão. Alguém que soubesse se aproximar sem ser invasivo ou que não se esforçasse tanto para parecer interessante.
Alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas máscaras, que segurasse minha mão e tocasse meu coração.
Que não me prendesse, não me limitasse, não me mudasse; alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse.
Que me dissesse que eu canto mal, que eu falo demais e que risse das vezes em que eu fosse desastrada; alguém de quem eu não precisasse..
Mas com quem eu quisesse estar sem motivo certo. Alguém com qualidades e defeitos suportáveis, que não fosse tão bonito e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção.
Alguém que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo. Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém imperfeito; feito pra mim!

O Bem Que Me Faz

Se me comovo, creio que me entrego
Se me escondo, esqueço e renego
Se me oponho, digo que esqueço
Se não sofro, acho que enlouqueço
Se te proponho, te peço, me iludo
Se te exponho, te quero, meu tudo
Pano de fundo, flores de seda
Sonho profundo, paz e certeza
Sol no meu mar, luar no meu cais
O bem que me faz, nunca mais.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Eu Sei o Que é ver Você ir Embora

Hoje tenho a sensação de que o inverno não passa
A frieza que me proporciona, torna os meus dias mais solitários
Eu pensava naqueles dias quentes de sol brilhando para nós
E o seu sorriso luzia até o fim do dia
Sei que o meu erro não foi te amar em demasia
Mas querer esquecer do quanto é importante em meu destino
Você se foi e me deixou com o coração gelado
Ainda estou viva e isso me dói...
Quero sonhar que a sua volta se aproxima
E que desta vez será para sempre sua moradia
Porque eu sei muito bem o que é ver você ir embora
É o desespero, o fim de um mundo que era só meu
De ninguém mais agora.

Inevitável Ação


Tenho pensado tanto na morte, não que eu queira, mas não posso evitar.
É que descobri de verdade o amor, um amor que ficava tão escondido em mim.
Mas tão profundo que, por vezes, eu chegava a acreditar que nem existia.
Tenho amado tanta gente e é tão intenso, que me dói sempre que penso nisso.
Olhos as fotos, os emails, as lembranças e o meu peito vai ficando pesado, o ar faltando.
Mas não choro, tenho criado o hábito de não chorar.
E se eu perder essas pessoas? O que vai ser de mim?
O que vai acontecer com todo esse amor que eu descobri?
E que ninguém sabe, porque eu não acho direito que saibam, só agora, deste meu desdobramento para o amor.
Tenho a impressão de que não acreditam que sinto falta deles.
E isso, sem sombra de dúvida é o que mais me entristece.
Quero tanto que tenham certeza do meu amor por eles, mas eu não sei falar essas coisas.
Então eu sempre me calo e me isolo. Fico presa nessa inevitável ação.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Irreversível

Eu sou uma ciumenta irreversível
Com o passar do tempo estou ficando mais seletiva
Querendo um presente mais durável
Tudo o que eu sempre fui contra
Rotina, Estabilidade, Tempo
Eu não sei dividir... Não gosto e Não Quero
Eu "empresto" momentaneamente
Dou tudo de mim, mas não do que é meu
A cada dia fico mais difícil de lidar
Não sou algemas, não uso amarras
Eu amordaço as minhas palavras
Calo meu peito que insiste em gritar
Silencio o que não quero mostrar
Então eu vou... Vou embora
E vocês nunca sabem o porquê