sexta-feira, 15 de maio de 2009

Eu e eu

Se você olhar para o céu agora, irá ver o mesmo céu de quando nos conhecemos.
Lembro-me que queríamos uma noite rodeada de brilho, estrelas, mas apareceram poucas, encobertas por aquela neblina.
Brinquei que poderia chover e acabar com meu penteado e então ficamos esperando. Não choveu.
Nunca entendi porque nossa relação sempre pareceu ser bem mais do que foi, uma semana parecia um mês, e tinha a sensação que te conhecia há séculos.
Sempre fomos algo desconhecido, sem nome.
Eu sabia desde o início que de alguma forma seria eu a estragar tudo, a me arrepender, a escrever, a ter saudades absurdas, mas sou impulsiva demais e previsível.
Você assistiu tudo, viu nosso relacionamento acabar, eu te deixar, viu também eu querer voltar, e leu, leu tudo que escrevi.
Há dias me controlo para não vir aqui e dizer qualquer coisa sobre nós, qualquer coisa, eu e essa mania de achar que posso mudar tudo.
Mas não sei o que me fez falar tudo isso, porque nunca soube formular direito meus sentimentos e agora sei de uma maneira dolorosa.
Eu sinto sua falta e não carrego mais nenhuma esperança com respeito ao casal de agosto.
No nosso último encontro eu te abracei muito forte e me recordo que pensei no momento em que te sentia "o melhor abraço do mundo".
Mesmo que não compreenda, parece que meu corpo pressentia, mas minha mente não acompanhava.
Era um abraço de despedida, de quem tenta mostrar o que é o certo e o lado bom da vida.
Estou conseguindo me afastar dessas lembranças, só que às vezes, me deixo levar e fico pensando em como era bom... Como agora, que estou prestes a sair de casa às pressas.
Me pego aqui escrevendo, sobre nós... Nós... Essa palavra agora soa solitária para mim. Eu e eu!

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