sábado, 5 de setembro de 2009

Doce Vício

A liberdade deixou de longe, de ser tudo aquilo que eu desejo.
O que eu sempre quis, sempre prezei, sempre mantive.
Não sei se o que eu vejo quando fecho os olhos são apenas sonhos, ou se é outra vida esquecida, guardada pra depois.
Às vezes quero fechar os olhos o dia inteiro, porque tenho sentido uma saudade estranha, aquela que mais me perturba com o passar das horas.
Saudade do desconhecido, do não vivido, do amor nunca encontrado.
Não sei explicar de onde vem essa vontade louca de romance, de aventura, de explorar e conhecer alguém.
Esse sentimento inexplicável pesa tanto em minha alma, que chega a ser insuportável sua presença.
Talvez por isso que eu escreva tanto, para me aproximar do desconhecido, para amenizar a dor de todas as vidas que morrem a cada minuto quando me recuso a vivê-las.
Chego a amar esse sentimento e por vezes, acredito que nasci com essa sensação. Penso que todo escritor nasce com esse sentimento de “falta” o que faz buscar nas palavras o resgate para esse vazio.
Ele não acaba com o que origina na alma, ele só aumenta, porque na verdade escrever não é só prazer e arte, é um vício.

1 comentários:

Unknown disse...

Grande texto. O sentimento transportado para os leitores é idêntico ao seu. Com poucas palavras consegue explicitar seu sentimento, e ao mesmo tempo, alcança uma critica letrário no mais alto nível da academia. É como se diz,"O gênio tem por característica nunca entender que é gênio, pois esta indagação transcenderia seu coração em uma ilusão não pertencente a emoção do presente".

Renato Duarte Plattier Smith